quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O Começo

Agora é Aquilo
Coragem pra andar
Pra fechar a porta
Guardar as fotos
Pegar as malas e sair.
Pra onde meu primeiro passo apontar
Ir daqui para onde quer que eu vá.

Em direção ao sol
Sem evitar as sombras
Com um sorriso no rosto
Lágrimas nos olhos
Passos firmes
mesmo que incertos.
Mesmo que ainda incompletos
Mas inteiros de mim

Ir comigo,
já que com você não dá mais
Ser feliz de outro jeito
Em outro lugar
Levando comigo esse amor que é meu.
Deixo para trás
Tudo que me deu
Fique em paz se conseguir.

(Texto de Ana Helena Abreu com contribuições de Karen Corrêa)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

No cedo do fim...

É cedo ainda, talvez muito cedo. E de manhã a única coisa definitiva é o sol. Às vezes nem ele porque há nuvens.
Então a claridade é definitiva de manhã.
Mesmo que no “cedo” das coisas e não dos dias. Aliás não falo dos dias, mas das coisas. A claridade é demais no “cedo” dos fatos, tanto que turbilhona, dificulta, brilha, mas não mostra. Como um raio de sol que bate nos olhos e cega ao invés de clarear. Mas assim como a luz do sol, a claridade dos fatos não vem sozinha. Se o sol trás consigo o calor como sensação, os fatos trazem sentimentos. Ainda não sei que força terá.
Sempre acordo de mau humor. Porém no “cedo” dos fatos acordei atordoada, e assim acho que não acordei... apenas sinto.
Mesmo assim não sei de nada...
Talvez devesse, talvez fizesse todo o sentido, mas não faz...
Mais uma vez recorro a Guimarães Rosa (sempre ele) “Saudade é ser, depois de ter.”
É cedo, mas já sinto a saudade do “pra frente”... este “sem depois”. Talvez, não sei.
Passará, assim como tudo... mas estou aqui, agora e não lá na frente.
Mas é de manhã ainda, e não sei qual é o tamanho, quais cores tem, qual a forma, ou força.
Não sei se é só capricho, não sei em que vai se transformar...
Só sei que foi bom, que foi doce. Fez-me bem e fará sempre que eu lembrar...
Deixo o Rosa e peço ajuda a Cecília Meireles. “Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre.”
Mas hoje...
Ah hoje...
Bem...
Hoje eu não sei de nada porque ainda é de manhã e eu acho que ainda não acordei direito.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Será, amor?

É meu bem, tenho imprudentemente gritado internamente comigo, e tão alto que acho que daqui a pouco até você poderá me ouvir...

Tenho me perguntado incessantemente se devo te contar o que estou preste a escrever, seja vc, quem for...

Será que posso te contar que estou loucamente apaixonada por você?

Mas que não peço nada em troca, a não ser que me deixe exercer este gostar que tanto me completa... sou inteira com isso, amor, mas não serei nada inteira se ao te contar vc, no seu direito de objeto amado, por desespero, inquietude, impotência ou coisa que o valha resolver massacrar este meu gostar com seus mil motivos para que eu não te ame...

Porque não é prudente que eu te ame...

A palavra pode libertar, mas se eu te contar que te amo, e amo mesmo, poderei prender a nós dois em todo este misticismo concretista de parâmetros alheios que rodeiam amar e ser amado.

Meu amor, amar deveria ser intransitivo, e em prática não o é...

Mas meu amor é intransitivo, e louco... me abandona e aparece quando quer... há sim momentos em que não te amo tão loucamente, mas é sempre puro amor... é sempre com o meu melhor, porque não sei ser outra coisa que não inteira...

Seus romances não me ferem, sua vida não me machuca... sua dor agressiva sim, seus "não" também poderiam, e mesmo que possam não o fazem o tempo todo... Eu também quero ter direito aos meus “não” e são vários...

Tenho tanto medo de te contar que te amo porque posso deixar de amar enquanto as palavras saem de minha boca...

Há momentos amor, que tenho febre mesmo de tanto te querer, sonho contigo, te quero demais, te sinto e desejo. Arde... mas não fere. Há tantos outros que viraria o rosto e rejeitaria um beijo seu.

Porque não sei até que ponto quero concretizar este sentir... mas será que se te contar vou me libertar?

Acho até que mesmo se te tiver inteiramente por um dia poderei não deixar concretizar este sentir, só para arder mais um pouco.

Eu te peço que não venha se privar de nada por mim. Se sua vontade for ter a mim, mesmo que seja fulgás, venha e me tome, e não lamentarei quando acabar, mas me deliciarei com o momento tanto quando você. Não se iluda, também te usarei, se o momento for oportuno.

O amanhã meu bem, é para os poetas e para os melancólicos...

Eu quero os minutos, e pode ser que não te queira daqui a alguns deles...

Será amor, que você saberia separar estas coisas?

Bom, estas linhas já me liberam certo alívio...

O que eu devo fazer com toda esta certeza de que faria de vc o ser mais feliz do mundo, e com a incerteza de que não sei se eu seria plenamente feliz do seu lado...

Louca eu ou louco o amor meu bem???

Ou isso tudo não passa de TPM...

É, acho que é só TPM, e não te falarei nada, pelo menos não até amanhã...