domingo, 10 de junho de 2012

Não

Não me venha com a sua gentileza, você já me deu seu não
Pra que tanta delicadeza, eu não quero sua boa educação.
Essa sua destreza não diminui a dor da negação
Seu discurso, sua franqueza não me dão a razão
De estancar
O “Talvez” de parar, e barrar esse ardor

Não me traga mais esse peso da sua busca por perdão
Sua escolha, seu caminho, sua paga, seu preço, sua adequação
Seu medo de viver sozinho sem a minha resignação
Você quer demais do meu carinho, é imensa a sua pretensão de ficar
De eu poder te guardar, num lugar só seu.

Escolheu caminhar sozinho, não cabem os meus passo do seu lado,
Então
Vou continuar comigo, e a melhor Cia pro meu coração
Não cultivo esse egoísmo é tão triste sua maldição
De não saber olhar pro lado de não se dar inteiro
Para quem possa mais e amar, sem medir, ou se dar sem metades, sem "senãos"

Não

Não me dão a razão
De estancar
O “Talvez” de parar, e barrar esse ardor

(Karen Simões Corrêa)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Um quadro a mais

Se eu quiser te percorrer
Corro o risco sem querer de não querer mais acabar.

Pele a pele
Ton sur ton
Um quadro a mais
Transparente espelho fora de lugar

Ah, se eu aceito este convite
Do seu beijo sem promessas de me dar um dia a mais.
Ah, se me pega este deslize.
Dessa mão a desenhar um caminho sobre a tua pele que não tem volta...

Esse olhar que sorrindo me prende.
Esta boca que me chama a duvidar se eu não vou querer um pouco mais, se eu não vou querer ficar.

Se eu quiser te percorrer
Corro risco de querer e querer me demorar.
De mudar caminhos, decorar desvios do seu corpo a provocar.

Ah se eu tapo os meus ouvidos,
e mergulho sem limites,
se eu me jogo nesse mar.
Ah se eu me esqueço do teu nome,
da tua voz e da tua fome,
do meu mundo e seu lugar.