Vai passar
sim
Confia
O tempo, a “paúra”
A gastura, e
essa agonia
O silêncio
vai voltar a ser silêncio
Vai deixar
de ser ausência
A falta de
resposta vai deixar de ser teimosia e passar a ser conseqüência.
A causa vai
apenas não ser.
Eu sei,
querer costuma governar
E com garras
de ditador
Prediz o fim
do mundo a cada segundo a se perder na busca.
Mas querer
por si só é arrogante e ingênuo,
Ele não sabe
pensar
Apenas vai.
E é tão
forte
Querer
transforma a gente até não se reconhecer
Por querer
demais a gente voa,
Mesmo sem
poder voar,
Sem saber
pousa,
E sem
entender cair.
O querer senta
à mesa da vida como um fanfarrão à mesa de poker
“All in”
Queira sempre,
não me leve a mal, mas tome as fichas.
Porque ganhar
não vale nada nessas fronteiras
À margem de
si aquele gosto esfria.
Perde o tom
Um passo
atrás,
Volte a si,
Deixe uma
mão passar, leia melhor suas cartas
E a recompensa
pode já não ter mais tanto sentido
E o que é perder,
meu bem?
Não é exilar
um pedaço de si
Temer neblina
essa resposta
Perca sim,
corra o risco, mas não se aposte
Você é
sempre maior que o soldo.
E o meio desse
caminho pode ser apenas maquiagem
Pode ser um
rombo a te roubar a vista
A te furtar poesia
da paisagem à frente
A te iludir
Seduzir, e
te afogar
É mesmo
tanto mar?
Não sei,
O que eu sei
é que não vale blefar com a vida,
Porque ela sempre
joga de Ás.